Como foram mencionados anteriormente, os desastres, além de causar efeitos negativos à saúde das populações afetadas, também oferecem oportunidades para mudar estruturas obsoletas e alcançar um desenvolvimento sustentável. Após a ocorrência de grandes desastres, o setor saúde tem tido múltiplas oportunidades para reabilitar-se, reconstruir-se e fortalecer-se. A seguir são apresentados alguns casos.
GRENADA – Reconstrução depois do Furacão Iván
O furacão Iván teve impacto em Grenada em 7 de Setembro de 2004. Depois da destruição causada, as comunidades internacional e local responderam conjuntamente para criar programas de reabilitação e reconstrução. Em setembro de 2005, um ano depois do impacto do furacão a ilha caribenha, um estudo do Banco Mundial, para verificar os avanços alcançados pelo país na reabilitação e reconstrução, confirmava que o ainda trabalho estava longe de ser concluído, mas havia alcançado importantes avanços na reconstrução do país.
No que diz respeito ao setor saúde, sessenta e nove por cento da infraestrutura foi danificada por Iván - desde danos menores a clínicas, até a destruição completa de hospitais. O Ministério de Saúde, com apoio técnico da OPAS, respondeu oportuna e rapidamente as necessidades do setor e ainda que com a maioria de sua infraestrutura danificada, o setor continuou oferecendo seus serviços, ainda que de forma limitada, à comunidade afetada. Em 2005, toda a infraestrutura - com exceção de duas clínicas de saúde e a reconstrução do hospital destruído - havia sido reparada com o apoio de doadores.
Guatemala - Tempestade Tropical Agatha e Erupção Vulcânica Pacaya
O vulcão Pacaya entrou em erupção em 27 de maio de 2010. Dois dias depois, a tempestade Tropical Agatha impactou a Guatemala em 29-30 de Maio de 2010, causando 174 fatalidades, 113 desaparecidos, mais de 330 mil pessoas afetadas, saturação dos solos (dado que ganha mais importância se levarmos em conta que Agatha foi a primeira tempestade do ciclo 2010) e destruição de infraestrutura.
O Governo do país liderou o PDNA para a correta estimativa de necessidades pós-desastre e de recuperação. Baseado nisto, foi lançado um Plano de Reconstrução, que tem como objetivos principais alcançar um desenvolvimento sustentável e melhorar as capacidades da sociedade para mitigar e adaptar-se aos efeitos da mudança climática, e também para reduzir a vulnerabilidade e as ameaças socioeconômicas, políticas e institucionais.
O plano compreende quatro eixos principais - dentro dos quais está incluída a saúde como subprograma. Para a reconstrução completa é necessário um investimento de USD $1,921 milhões.
Também é importante mencionar que o Ministério de Saúde tomou medidas e ações necessárias para melhorar o nível de preparação contra desastres do setor: como cartas acordo assinadas com importantes parceiros e a revisão de seu plano para a resposta a desastres, o qual inclui um estudo das lições aprendidas durante a resposta ao furacão Iván. O novo plano ressalta também a importância da sensibilização do público aos desastres, por meio de disseminação de informações importantes e pertinentes. Todos os projetos de reconstrução de infraestrutura foram implementados com padrões de segurança e desastre-resistentes.
Eixos do Plano de Reconstrução, SEGEPLAN-2010
