O objetivo central de um programa de prevenção e preparação para emergências químicas ou radiológicas é impedir ou mitigar os efeitos para a saúde humana em caso de acidente desse tipo. O plano do setor saúde é multidisciplinar e deve envolver, além dos órgãos governamentais, diferentes empresas e instituições que produzem, comercializam, transportam e utilizam produtos com propósitos industriais ou médicos. Deve-se manter uma boa base de dados, continuamente atualizada, e coordenar seus planos de prevenção, preparo e resposta com as instituições de proteção e defesa civil, bombeiros e outros atores.
Para mais informações sobre como desenvolver um sistema integrado de gestão para a prevenção, preparação e resposta aos acidentes químicos consulte o sítio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cestesb), que é um Centro Colaborador da OMS/Opas para emergências químicas . As sustâncias perigosas se classificam em várias categorias, o que, por sua vez, determina a via de exposição da população a essas substância. Mesmo assim, seus efeitos danosos para a saúde variam amplamente. Veja o Curso de Autoaprendizajem em Prevenção, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres Químicos da Cetesb.
Considerando que sempre devemos estar preparados para o pior cenário possível, no campo da saúde é necessário que os planos de preparação levem em conta a necessidade de ter: pessoal capacitado, equipamento de saúde apropriado, equipes de descontaminação, equipes de transporte e equipes de proteção pessoal. Deve-se contar também com um centro especializado com estoque suficiente de antídotos atualizados e outros produtos farmacêuticos que ajudem na identificação prévia e preparação de instalações para a descontaminação e o tratamento. Finalmente, é de suma importância incorporar nos planos de preparação hospitalares a atenção às emergências químicas e radiológicas.
Em caso de emergência, no local do acidente deve entrar somente pessoal preparado e equipado para sua proteção. É preferível que, no local de “triagem”, antes de seu transporte aos estabelecimentos de saúde, se descontaminem os afetados e se administrem antídotos. No guia Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud se encontra, entre outros, um resumo das medidas básicas necessárias para o planejamento e execução de ações de prevenção, preparação e resposta frente a essas ameaças.
Os procedimentos de “triagem” seguem os mesmos princípios de prioridade da atenção em função da severidade do dano às pessoas afetadas, além de incluir a descontaminação e administração de antídotos para substâncias tóxicas, ou iodo estável, quando necessário, para os afetados por radiações ionizantes. Os estabelecimentos de saúde devem receber as seguintes informações:
- Identificação das substâncias e sintomatologia das vítimas;
- Número e tipo de pacientes e seu grau de exposição;
- Necessidades complementares de descontaminação;
- Necessidades de proteção pessoal para a atenção dos pacientes.
O tratamento das vítimas deve seguir procedimentos e protocolos claros orientados para:
- Eliminação da substância tóxica do organismo;
- Terapia sintomática e de apoio;
- Terapia específica com antídotos;
- Intensificação da eliminação do tóxico.
Para os casos tanto de emergência química como radiológica, é importante que os planos levem em conta mecanismos de informação para a população em geral, assim como mecanismos de apoio psicológico, dada a ansiedade pública que provocam essas emergências. Para informação sobre o que fazer antes, durante e depois de emergências radiológicas, consulte o documento Radiación, antes, durante y después de las situaciones de emergencia radialógica. O preparo também deve prever mecanismos de monitoramento e investigação para, depois da etapa aguda das emergências químicas e radiológicas, evitar consequências secundárias nas pessoas e no meio ambiente. Para aprofundar a compreensão da ameaça de agentes químicos e radiológicos, assim como o entendimento do alcance da resposta de saúde pública, sugerimos consultar o guia Respuesta de la salud pública a las armas biológicas y químicas. Para informações sobre preparação e respostas a situações de emergência nuclear, consulte o sítio do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).