O Comitê Operativo de Emergência (COE) é o centro nevrálgico da gestão de uma emergência de massa ou de um desastre. Encontram-se aí os mais altos níveis de decisão, onde se faz um monitoramento cuidadoso da evolução dos efeitos produzidos por um desastre e se definem as ações necessárias para dar resposta efetiva e oportuna às necessidades derivadas da emergência.
O COE é de caráter multidisciplinar e multissetorial, e participam dele os níveis políticos de diversos setores governamentais (nacional, estadual e municipal) e não governamentais, bem como técnicos de diversas formações disciplinares.
Além de um COE intersetorial, pode haver COEs setoriais, como, por exemplo, o COE do setor saúde (COE-Saúde); contudo, seu funcionamento deve estar integrado e coordenado com o COE intersetorial. Além do COE nacional, podem existir COEs estaduais e municipais.
Na fase de preparação, a organização de um COE deve levar em conta os seguintes aspectos:
- Localização: Fisicamente, o COE deve estar localizado em um ambiente edificado para esse propósito ou em alguma das dependências de governo, de fácil acessibilidade, preferivelmente longe de lugares lotados.
- Segurança: O edifício deve ser estruturalmente seguro e contar com mecanismos de segurança para a restrição de acesso ao pessoal não autorizado.
- Ambientes: Um COE medianamente complexo dispõe de ambientes específicos para a sala de situação, a sala de imprensa, a sala de reuniões e o centro de comando.
- Equipamento: O COE deve estar dotado de mobiliário, equipes de comunicação, rede de sistema computadorizado, monitores, telas de projeção, pacotes de base de dados, diretórios e outros elementos essenciais.
- Sistemas alternativos: Comunicação, água, energia elétrica.
- Logística: Abastecimento, alimentação, transporte, espaços de descanso, primeiros socorros.
O funcionamento do COE não é efetivo se não se alimenta de um fluxo de informações que provêm de diferentes instituições e atores que se encontram no local do desastre. No manual Organización y funcionamento para COEs da Federação da Cruz Vermelha, são aprofundadas informações sobre o tema.
As informações que chegam ao COE devem passar por um processo de análise que oriente de maneira pertinente a tomada de decisões. O processamento e a análise das informações são realizados na sala de situação.
A sala de situação é um ambiente dedicado exclusivamente ao manejo da informação.
Suas principais funções são:
- Coleta e monitoramento de informações provenientes de fontes diretas, assim como dos meios de comunicação social;
- Processamento e análise da informação;
- Preparação dos informes gráficos, estatísticas, tendências, narrativas;
- Preparação de material, como insumo para os boletins informativos oficiais. Para o cumprimento dessas funções a sala de situação deve estar apropriadamente organizada e equipada com:
- Pessoal: pessoal técnico multidisciplinar e um técnico em sistemas;
- Equipamento: computadores, Internet, TV, telefone fax, rádios, pacotes de informação, base de dados, material de escritório etc.;
- Fontes alternativas de energia elétrica, água, comunicação.
A sala de situação pode funcionar no mesmo edifício onde funciona o COE, se as facilidades o permitem, ou oferecer informação ao COE via Internet. Para informação mais detalhada e referências sobre esses dois mecanismos, pode-se consultar o capítulo 5 do Manual de evaluación de daños y necesidades en salud para situaciones de desastre.